Hoje assistiu-se a mais uma machadada na credibilidade (se é que ainda havia alguma) na cena política portuguesa.
Não, não me refiro a mais alguma atoarda lançada pelo Dr. Jardim.
Decorreu no parlamento português hoje o debate sobre o Estado da Nação. Quem assisti-se a este debate pensava que estaria num remake de um outro que decorreu precisamente há três anos atrás quase com os mesmos protagonistas mas em situações diferentes.
Há altura o primeiro-ministro de Portugal era o actual presidente da Comissão Europeia, Dr. Durão Barroso, acabado de tomar posse há três meses a essa parte, e o líder do maior partido da oposição era o actual primeiro-ministro de Portugal, Eng. José Sócrates.
Tinha-mos um governo que apresentava medidas tomadas as quais eram criticadas pelo líder da oposição, classificando-as e catalogando-as de criminosas, e dizendo de medidas como o aumento da taxa do IVA, da alienação de património do estado e das medidas na contenção da despesa pública através do funcionalismo público, entre outras aquilo que Maomé não diria do toucinho (não o afamado restaurante almeirinense, se bem que desse também não tenho gratas recordações). Mas mesmo assim, a oposição era tristonha e comedida em ideias genuínas de alternativas envergonhada pelo seu passado escandaloso no consulado de António Guterres.
Passados três anos encontramos um parlamento quase com as mesmas caras, o abominável António Costa, o inócuo Marques Mendes, o catastrófico (para o seu próprio partido) Pires de Lima, o azeiteiro Jerónimo de Sousa e o inimputável Francisco Louçã.
Os discursos são os mesmos, as diferenças estão em que os protagonistas mudaram de bancadas e as medidas desastrosas e alucinantemente tomadas por este governo nestes três meses já se viram que por si só não resolvem nada e só nos projectarão para um futuro breve ainda mais penoso. O pior é que estes senhores ganharam as eleições mentindo descaradamente, das medidas que defenderam em campanha eleitoral só restam duas que zelosamente teimam em cumprir, uma a de não aumentar os preços das Auto-estradas Scut, outra a de reverem o actual código do trabalho, medida tão disparatadamente pensada que consegue não agradar nem ás confederações sindicais nem ao patronato.
Bem que podiam quase todos estes senhores que estão no parlamento, sim digo quase porque existem honrosas excepções, pegar na trouxa e darem-se como voluntários para o contingente militar português no Iraque, podia ser que por lá ficassem.
Com tanta gente boa e inocente que certamente foi vitima ontem de mais um atentado bárbaro em Londres a morrer e estes entulhos tinham que ainda aqui andar.
A culpa do que aconteceu ontem não foi por um choque de culturas nem de valores. Os árabes tem certamente uma matriz civilizacional diferente da nossa, nem melhor nem pior, simplesmente diferente. Aquilo que eles infelizmente também têm como nós são inúteis que lhes regem os destinos de forma sanguinária e camuflada, nós ocidentais em pseudodemocracias onde uma minoria se perpetua com base em artifícios legais, eles árabes em alicerces de fundamentalismo religioso.
No fundo quem se lixa somos sempre nós...
1 comentário:
Concordo com o que dizes em relação aos muçulmanos, eu trabalho com bastantes marroquinos e não há um único que eu possa dizer mal, como tal não posso associar os marroquinos que trabalham comigo aos marroquinos que fizeram o atentado de Madrid, normalmente são boas pessoas mas como em todas as culturas existem sempre radicais.
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