Estava eu um dia destes em casa, deitado no sofá numa profunda meditação sobre o porquê dos croissants com chocolate Belga da Republica Democrática do Congo serem diferentes dos croissants do Bangladesh, quando toca a campainha.
Após umas insistentes tocadelas, lá sai da meditação e vou meio ensonado ver quem estava a tocar.
Espreito e vejo duas velhinhas cheias de revistas nas mãos e com um ar de quem necessitava de ajuda.
Abro a porta e uma delas profere a frase que eu menos queria ouvir naquele momento:
- Boa tarde jovem, já ouviu falar em Jeová?
- Por acaso até já, não me digam que são testemunhas de Jeová?
- Somos – respondeu-me uma delas com um largo sorriso, disparando logo de seguida.
- Por acaso está disposto a encontrar o caminho da salvação?
- Hoje não é Sexta, ou é? - Respondi eu
- Não é Segunda, mas porque faz essa pergunta Jovem?
- Normalmente busco o caminho da salvação á sexta, sempre que vou colocar o Euromilhões.
- Já vi que não é crente e ainda por cima é gozão! – Respondeu-me a outra velhota com ar carrancudo, daqueles que deve pôr sempre que vê a conta de telefone por causa das chamadas do marido para uma qualquer linha erótica.
- Engana-se minha senhora, por acaso até sou crente numa religião, mas com certeza que não é a vossa.
- E porquê, podemos saber? – Agora estavam com ar de quem estava perante algum membro de um culto satânico.
- Poder até podem, mas só se me souberem responder a duas perguntinhas inocentes – respondi eu com ar de quem se estava a preparar para dar a estocada final.
- Pergunte lá, então!
- Então, o que é que andaram a fazer desde que o mundo supostamente acabou no ano 2000? Sim, porque se bem me lembro, passaram a vida a apregoar que o mundo iria acabar mas nicles.
Após umas insistentes tocadelas, lá sai da meditação e vou meio ensonado ver quem estava a tocar.
Espreito e vejo duas velhinhas cheias de revistas nas mãos e com um ar de quem necessitava de ajuda.
Abro a porta e uma delas profere a frase que eu menos queria ouvir naquele momento:
- Boa tarde jovem, já ouviu falar em Jeová?
- Por acaso até já, não me digam que são testemunhas de Jeová?
- Somos – respondeu-me uma delas com um largo sorriso, disparando logo de seguida.
- Por acaso está disposto a encontrar o caminho da salvação?
- Hoje não é Sexta, ou é? - Respondi eu
- Não é Segunda, mas porque faz essa pergunta Jovem?
- Normalmente busco o caminho da salvação á sexta, sempre que vou colocar o Euromilhões.
- Já vi que não é crente e ainda por cima é gozão! – Respondeu-me a outra velhota com ar carrancudo, daqueles que deve pôr sempre que vê a conta de telefone por causa das chamadas do marido para uma qualquer linha erótica.
- Engana-se minha senhora, por acaso até sou crente numa religião, mas com certeza que não é a vossa.
- E porquê, podemos saber? – Agora estavam com ar de quem estava perante algum membro de um culto satânico.
- Poder até podem, mas só se me souberem responder a duas perguntinhas inocentes – respondi eu com ar de quem se estava a preparar para dar a estocada final.
- Pergunte lá, então!
- Então, o que é que andaram a fazer desde que o mundo supostamente acabou no ano 2000? Sim, porque se bem me lembro, passaram a vida a apregoar que o mundo iria acabar mas nicles.
Depois porque raio é que preferem que alguém morra a fazer uma transfusão de sangue? Hummmmmm?
- Já vimos que não temos nada a fazer aqui – responderam as duas em coro, e voltaram-me costas não vendo assim o meu sorriso triunfante de quem poderia voltar a meditar sem ser outra vez incomodado por aquelas criaturas.
Estava a acabar de me deitar outra vez para iniciar a meditação, quando toca novamente a campainha.
Pensei logo que eram as velhotas que vinham me impingir a revista com que andam sempre debaixo do braço, pensando que até era bom, assim escusava de ir ao supermercado comprar papel higiénico.
Espreitei novamente e para meu espanto, não eram as ditas velhotas mas sim dois gajos louros e altos com umas placas presas nos casacos.
Mal abri a porta fui logo questionado por um deles num misto de portanhês:
- Boa tarde jovem amigo eu chamar-me Hélder e este meu amigo também, o seu mãe estar.
Pensei logo “Porra, tou bonito tou, não querem ver que há para aí algum congresso de religiões porta-a-porta e resolveram todos vir cá a casa”, então pensei numa resposta que os despachasse logo e disse:
- Não, foi ao cinema com o amante e só deve voltar lá mais para a noitinha.
O Helder 1, não conseguiu disfarçar o ar de espanto enquanto o outro me coloca uma nova questão:
- Então e o senhor estar interessado em ouvir o que nós ter para dizer?
- Não me dá jeito nenhum È que sabem, a minha tia como sabe que a minha mãe ás Segundas vai com o amante ao cinema, vem cá a casa para podermos ter relações á vontade sem ser dentro de um carro ou num descampado qualquer. E ela está em fogo á minha espera – respondi eu tentando disfarçar a vontade de rir com que já estava a esta altura, ao ver as caras do senhores a mudar de cor conforma eu ia falando.
- Então voltaremos noutro altura, boa tarde.
- Boa tarde – já estava quase a explodir de tanta vontade de rir.
Mais uma vez regresso ao meu sofá e no exacto momento em que estou quase a chegar ao ponto de meditação, eis que toca novamente a campainha.
Levanto-me possesso, com ar de quem iria chamar nomes ou mandar um tiro a quem estivesse do outro lado da porta e dirijo-me para a dita.
Abro sem ver quem era e digo com o ar mais danado que tenho:
- PORRA, ESTOU FARTO DESSAS RELIGIÕES DA TRETA E QUE NÃO ME DEIXEM DESCANSAR EM PAZ, DAAAASSSSEEEEE.
Quando acabo de dizer isto, é que reparo num senhor com um aparelho na mão a olhar para mim, tal como olha uma criancinha travessa que acabou de partir um jarro com a bola, mesmo depois de ser avisado milhentas vezes pela mãe para não jogar dentro de casa, que me diz meio baixinho:
- Mas eu só venho contar a luz.
- Já vimos que não temos nada a fazer aqui – responderam as duas em coro, e voltaram-me costas não vendo assim o meu sorriso triunfante de quem poderia voltar a meditar sem ser outra vez incomodado por aquelas criaturas.
Estava a acabar de me deitar outra vez para iniciar a meditação, quando toca novamente a campainha.
Pensei logo que eram as velhotas que vinham me impingir a revista com que andam sempre debaixo do braço, pensando que até era bom, assim escusava de ir ao supermercado comprar papel higiénico.
Espreitei novamente e para meu espanto, não eram as ditas velhotas mas sim dois gajos louros e altos com umas placas presas nos casacos.
Mal abri a porta fui logo questionado por um deles num misto de portanhês:
- Boa tarde jovem amigo eu chamar-me Hélder e este meu amigo também, o seu mãe estar.
Pensei logo “Porra, tou bonito tou, não querem ver que há para aí algum congresso de religiões porta-a-porta e resolveram todos vir cá a casa”, então pensei numa resposta que os despachasse logo e disse:
- Não, foi ao cinema com o amante e só deve voltar lá mais para a noitinha.
O Helder 1, não conseguiu disfarçar o ar de espanto enquanto o outro me coloca uma nova questão:
- Então e o senhor estar interessado em ouvir o que nós ter para dizer?
- Não me dá jeito nenhum È que sabem, a minha tia como sabe que a minha mãe ás Segundas vai com o amante ao cinema, vem cá a casa para podermos ter relações á vontade sem ser dentro de um carro ou num descampado qualquer. E ela está em fogo á minha espera – respondi eu tentando disfarçar a vontade de rir com que já estava a esta altura, ao ver as caras do senhores a mudar de cor conforma eu ia falando.
- Então voltaremos noutro altura, boa tarde.
- Boa tarde – já estava quase a explodir de tanta vontade de rir.
Mais uma vez regresso ao meu sofá e no exacto momento em que estou quase a chegar ao ponto de meditação, eis que toca novamente a campainha.
Levanto-me possesso, com ar de quem iria chamar nomes ou mandar um tiro a quem estivesse do outro lado da porta e dirijo-me para a dita.
Abro sem ver quem era e digo com o ar mais danado que tenho:
- PORRA, ESTOU FARTO DESSAS RELIGIÕES DA TRETA E QUE NÃO ME DEIXEM DESCANSAR EM PAZ, DAAAASSSSEEEEE.
Quando acabo de dizer isto, é que reparo num senhor com um aparelho na mão a olhar para mim, tal como olha uma criancinha travessa que acabou de partir um jarro com a bola, mesmo depois de ser avisado milhentas vezes pela mãe para não jogar dentro de casa, que me diz meio baixinho:
- Mas eu só venho contar a luz.