terça-feira, outubro 18, 2005

Miaaaaauuuuuuuuuu

Este é o pequeno relato da vez em que um certo rapaz da Falagueira se quis livrar de um gato que tinha em casa.
O meu amigo estava farto de ouvir o sacana do gato a miar por causa do cio todas as noites e como se só isso não bastasse, ainda por cima tinha todos os dias de ouvir as vizinhas a reclamar com o barulho.
Então um certo dia, levou-o até uma esquina distante e voltou para a casa satisfeito por o dever estar cumprido.
Mas para sua surpresa, quando chegou a casa, o gato já lá estava á espera dele.
Agarrou no sacana do gato e desta vez, levou-o para mais longe.
Está a entrar em casa e não vê sinal do bicho, dirige-se para a cozinha e encontrou o gato novamente em casa, a comer todo satisfeito.
Fez isto, mais umas três vezes e o cabrão do gato voltava sempre para casa.
Furioso pensou:
"Vou lixar este gato!"
Pôs-lhe uma venda nos olhos, amarrou-o dentro de um saco e colocou-o na mala do carro.
Subiu à serra mais distante, entrou e saiu de diversas estradinhas, deu mil voltas... e acabou por soltar o gato no meio do mato.
Passados uns dois dias, o Farfito liga para casa.
- Tá, Mãezinha, o gato está aí em casa?
- Está meu filho.
- Ainda bem, então deixa-me falar com ele que eu estou perdido.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Diálogos médicos

- Boa tarde doctor, eu poder entrar?
- Pode. Qual é o seu nome?
- Eu chamar-me Co Adriaanse.
- Então de que mal padece?
- Eu desde Sábado que ter visões de Red persons a perseguir-me com lenços brancos in mãos.
- Ahhh, então isso não é comigo. Mas vou dar-lhe a morada de um colega meu, que está mais habilitado para lidar com situações como a sua.
- O senhor doctor ir obrigar-me a ir a outro psicologist?
- Não senhor Adriaanse. O senhor não precisa de um psicólogo, está é a precisar de um oftalmologista.

Frase da Semana

Se tudo o que é bom dura pouco, então eu já devia ter morrido há muito tempo.

Rotinas diárias - Amanhecer Violento

Segunda-feira, 7:15 da manhã

“Trânsito lento na segunda circular, devido a um grave acidente na IC17 – Cril no sentido Lisboa / Algés”.
As primeiras palavras que me conseguem fazer acordar, volto-me e mando um chapadão no despertador que voltou a tocar pela oitava vez.
Ahhh, nada como um amanhecer de um qualquer dia de trabalho normal.
Levanto-me, e é sentado na cama que inicio o ritual diário de coçar os ditos, afinal de contas depois de uma noite de sono, home que é home coça os ditos, quanto mais não seja para ver se eles ainda para ali andam.
7:30 – Enquanto tomo o meu duchezinho matinal ouço a puta da mulher do cabrão do meu vizinho de cima, a berrar com o marido e os cachopos para se levantarem.,
O pior é que também faz esta cena aos fins-de-semana (se fosse só durante a semana, chamava-lhe apenas histérica).
Não admira portanto que o cabrão comece a esburacar a casa logo ás 8h de um qualquer Domingo, como se estivesse a trabalhar na câmara de Lisboa, pois aquela casa está sempre em obras.
7:45 – Depois do banhinho tomado e de estar vestido, dou inicio ao meu programa diário intitulado “Onde é que raio, pus as chaves do carro?”
E não pensem que é monótono, pois arranjo maneira de as colocar num sitio diferente todo o santo dia. Acho que já as deixei uma vez algures dentro da dispensa, não me perguntem porquê.
7:50 – Finalmente saio de casa com um ar taciturno, o meu organismo já começou a pedir-me a dose de drogas diária. O pior é que só daqui a 30m com um pouco de sorte é que vou conseguir satisfazer esse desejo de café e tabaco.
Chego ao pé do carro, o que tendo em conta que vivo na Amadora é um milagre não encontrar apenas o lugar dele.
Abro a porta do carro, meto a mão ao bolso e Porra, tenho de voltar lá acima para ir buscar o telemóvel.
8:00 – Finalmente saio da minha rua em direcção da famosa 2ª Circular, chego á rotunda e eis que surge um fogareiro a atravessar a faixa de rodagem bem à minha frente.
Derivado a isto digo as minhas primeiras palavras da manhã “Ó fogareiro de um cabrão, os piscas no teu carro devem ser um extra que não compraste!”, seguido de uma valente buzinadela.
O fogareiro estica o dedo do meio e começa a barafustar gesticulando rapidamente com ambas as mãos.
Nada como um bom-dia carinhoso dado pelos nossos colegas de estrada, para nos alegrar o dia e dizermos primeiro palavrões do que o tradicional “Bom Dia”.
8:30 – Chego ao cafezito onde já sou cliente há 3 anos e digo o primeiro bom-dia seguido de uma perguntinha inocente
- Então, agitaram muitos lencinhos brancos ao Peseiro?
- Ó pá, parvo era eu se lá fosse ver aquela cambada de coxos a jogar – responde-me o dono enquanto me serve o meu primeiro café do dia.
Fumo um cigarro enquanto bebo o café e voou passando os olhos para o jornal matinal.
As pessoas vão entrando com cara de quem está disposto a bater num determinado Inglês que ganhou o Euromilhões de Sábado em vez deles, coisa que os obriga a ir trabalhar.
8:56 – Finalmente chego á empresa, passo o cartão pela máquina e dirijo-me ao elevador com ar de quem vai entrar no inferno para cumprir a pena de oito horas diária.