Mais uma vez vimos aqui contar um dos episódios obscuros da história universal, o relato chocante do comandante Geovanni Fancullo, comandante de um navio mercante que foi o ultimo a aportar em Florença, antes do aparecimento da Peste Negra.
"Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, cuja beleza supera a de qualquer outra da Itália, sobreveio a mortífera pestilência. Por iniciativa dos corpos superiores ou em razão de nossas iniqüidades, a peste atirada sobre os homens por justa cólera divina e para nossa"
Excerto do diário de bordo de 24 de Fevereiro de 1348
Ao Vigésimo quarto do dia do mês de Fevereiro no ano da graça de 1348, eu D. Geovanni Fancullo capitão do entulhatti D`il Maré, dei ordem aos meus homens para recolher um náufrago vestido de frade franciscano que se encontrava ao largo das Canárias.
O mais estranho é que apesar de chover torrencialmente, nem uma gota de água sequer tocava na jangada onde se encontrava este frade, sinal evidente de santidade que ele possui.
Depois do descanso e de ter vestido as mesmas roupas ele fez questão de se apresentar a mim para agradecer o facto de o ter salvo.
Uma nuvem espectral acompanhava tal frade que se apresentou como D. Campino Cascão “O Sujo” da ordem dos frades da lixeira.
Notei algo de estranho quando e cada vez que algum homem entrava ele gritava logo “Pummmm, ai vem ele”, se calhar é alguma nova forma de bênção.
Excerto do diário de bordo do dia 1 de Março de 1348
“Passaram doze dias desde que encontramos aquele estranho frade e dia para dia ele tem-nos surpreendido com expressões novas que têm muito pouco de divino, pois quando o interpelamos ele responde logo com um (cala a boca urso) ou então com (estavas bem era em Nassiria), vê-se logo que ele andou por paragens distantes ainda desconhecidas da mui nobre cidade de Florença.
Várias vezes temos tentado com que ele se lave, mas o frade recusa-se sempre. Chegamos mesmo ao ponto de lhe atirar baldes de água, mas a providência faz com que a água nem sequer lhe toque, desviando-se em todas as direcções”
Excerto do diário de bordo do dia 26 de Março de 1348
“Finalmente estamos a chegar a Florença, já não aguentava mais aquele cheiro pestilento do frade e da sua mascote, uma ratazana pulguenta que ele afirma ter sido uma oferta do imperador Min-Li Fu.
Vários dos meus homens encontram-se com febre e com estranhas bolhas vermelhas na pele desde que mexeram no frade e na mascote na vã tentativa de lhes dar banho.
Vou desrespeitar a quarentena e deixar este frade sair pelo escuro da noite, assim pode ser que consiga respirar sem usar um lenço no meu nariz.”
“Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente”
"Afirmo, portanto, que tínhamos atingido já o ano bem farto da Encarnação do Filho de Deus de 1348, quando, na mui excelsa cidade de Florença, cuja beleza supera a de qualquer outra da Itália, sobreveio a mortífera pestilência. Por iniciativa dos corpos superiores ou em razão de nossas iniqüidades, a peste atirada sobre os homens por justa cólera divina e para nossa"
Excerto do diário de bordo de 24 de Fevereiro de 1348
Ao Vigésimo quarto do dia do mês de Fevereiro no ano da graça de 1348, eu D. Geovanni Fancullo capitão do entulhatti D`il Maré, dei ordem aos meus homens para recolher um náufrago vestido de frade franciscano que se encontrava ao largo das Canárias.
O mais estranho é que apesar de chover torrencialmente, nem uma gota de água sequer tocava na jangada onde se encontrava este frade, sinal evidente de santidade que ele possui.
Depois do descanso e de ter vestido as mesmas roupas ele fez questão de se apresentar a mim para agradecer o facto de o ter salvo.
Uma nuvem espectral acompanhava tal frade que se apresentou como D. Campino Cascão “O Sujo” da ordem dos frades da lixeira.
Notei algo de estranho quando e cada vez que algum homem entrava ele gritava logo “Pummmm, ai vem ele”, se calhar é alguma nova forma de bênção.
Excerto do diário de bordo do dia 1 de Março de 1348
“Passaram doze dias desde que encontramos aquele estranho frade e dia para dia ele tem-nos surpreendido com expressões novas que têm muito pouco de divino, pois quando o interpelamos ele responde logo com um (cala a boca urso) ou então com (estavas bem era em Nassiria), vê-se logo que ele andou por paragens distantes ainda desconhecidas da mui nobre cidade de Florença.
Várias vezes temos tentado com que ele se lave, mas o frade recusa-se sempre. Chegamos mesmo ao ponto de lhe atirar baldes de água, mas a providência faz com que a água nem sequer lhe toque, desviando-se em todas as direcções”
Excerto do diário de bordo do dia 26 de Março de 1348
“Finalmente estamos a chegar a Florença, já não aguentava mais aquele cheiro pestilento do frade e da sua mascote, uma ratazana pulguenta que ele afirma ter sido uma oferta do imperador Min-Li Fu.
Vários dos meus homens encontram-se com febre e com estranhas bolhas vermelhas na pele desde que mexeram no frade e na mascote na vã tentativa de lhes dar banho.
Vou desrespeitar a quarentena e deixar este frade sair pelo escuro da noite, assim pode ser que consiga respirar sem usar um lenço no meu nariz.”
“Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente”
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