terça-feira, setembro 27, 2005

Camafeus, Cascões e maus - A chegada de El Mariachi

Red Label olhou de soslaio para Farol Kid e disse:
- Não vos vou dizer agora, mas sim numa reunião de emergência a realizar daqui a uma semana na Câmara, pelas 10h e para a qual estão convocados todos os habitantes de Spotville.
O espanto era geral, e começaram-se a ouvir uns cochichos entre os presentes.
O resto da noite correu de feição, tendo sido esgotado o stock de muines no salloon.
A manhã nasceu radiosa, a alegria do regresso do Mayor parece que contagiou a própria natureza.
Até farrusco assobiava enquanto arranjava peças para a carroça do gato-pingado Apokalypse, isto apesar de ter sido o Mayor com o mandato mais curto de toda a história de Spotville.
Cascão MacMuines, passeava o seu novo penteado por toda a cidade enquanto um elemento subversivo do partido T.E. (Tijolo de Esquerda), pintava slogans de propaganda contra a despesa pública da câmara, pelas paredes do salloon.
Fora da cidade, numa taberna com um ar empedernido com cheiro a mofo, chamado Kabe Abe, os irmãos facadas planeavam um novo golpe ao comboio-correio da próxima semana.
Tinha tudo voltado á normalidade, excepto por um grupo de trabalhadores com longas barbas pretas estarem a fazer obras num velho salloon fechado á muito e que se encontrava mesmo em frente do Salloon sem nome.
Dois dias passaram e as obras já se encontravam concluídas, faltando apenas destapar a placa do nome e conhecer o dono deste novo estabelecimento.
Tudo isto era motivo de falatório, todos os habitantes paravam a contemplar o edifício remodelado.
Até Cascão Macmuine, movido pela curiosidade foi buscar um escadote para espreitar o que estava escrito debaixo do pano que tapava a placa. Mas por um grande acaso do destino quando Cascão estava a levantar a ponta do pano, começou a cair uma forte chuvada que o ia matando com a queda que deu, por causa do susto de se ter molhado com aquele liquido do demo.
Então pelo meio da neblina causada por tanta chuva, surge a diligência semanal que normalmente apenas trazia correio não prioritário e uma vez por outra dinheiro para o cofre do banco de Pablito Borregon.
Ninguém ligou á diligência até que viram sair um personagem com uma longa e fina barba preta, que ostentava um enorme chapéu mexicano, acompanhado de duas damas vestidas de negro.
Boi desdentado que se encontrava a conversar com Apokalypse, ficou a olhar para tais personagens, quando o mexicano se dirigiu a ele e o interpelou.
- Buenos dias, es aqui la cidad de Spotville?
- Fala em língua que se perceba – disse Boi desdentado, espantado com tal linguagem.
- Épá acho que ele falou no nome da cidade – disse Apokalypse apercebendo-se do ar incrédulo do estranho perante a resposta ríspida de Boi desdentado.
Então Boi desdentado ao mesmo tempo que cruzava os braços (isto é um velho costume índio) falou:
- Não percebi o que disseste, mas estás na gloriosa cidade de Spotville, mas antes de ires queremos saber quem és tu.
- Mi nombre es Farfito Gonzalez e vengo de El Covita da Muçulmana para abrir aqui uno nuevo Salloon.
- Acho que este gajo disse que era o dono do novo Salloon – disse Apokalypse a Boi desdentado, assumindo a pose de tradutor universal.
- Então quem são estas damas? – Disse Boi desdentado, enquanto olhava para elas
- Á minha deretcha está Martita e á minha isquierda está Evita, minha nuevas empregaditas.
Então Boi desdentado descruza os braços, põe um ar mais ou menos imponente, daqueles que só os índios pensa que sabem pôr, e diz:
- Não sei o que quiseste dizer, mas sê bem-vindo à nossa cidade, como aviso apenas te digo que se queres singrar em Spotville tens de aprender a falar a nossa língua.
- Muchas gracias senõr, vengam todos ao mi nuevo Salloon que eu tengo todo o gosto de los pagar una bebidazita.
E lá foram os cinco na direcção do novo Salloon e quando lá chegam, Farfito volta-se para trás e diz:
- Bien Vindos ao…..

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