Camafeus, Cascões e Maus

O sol escondia-se por trás dos montes, levantava-se um forte vento vindo do leste.

O xerife Cascão Mac Muine, abanava-se á porta da cadeia de Spotville, aproveitando a curva que a biqueira das suas botas tinha, ao fim ao cabo para quê gastar dinheiro numa cadeira de baloiço quanto as próprias botas davam conta do recado.
Observava as ervas secas do deserto que começavam a voar por acção do forte vento, tirou os seus óculos graduados feitos com a parttir de uma lupa, cuspiu na lente e limpou-a à manga do seu casaco, de seguida aproveitou e limpou a estrela com a parte húmida do casaco.
Começa a assobiar enquanto tira do bolso uma pequena caixa de metal, abre-a e tira uma fotografia rasgada num dos cantos e gasta pelo tempo.
Olha para a fotografia e uma lágrima aparece no canto do olho, enquanto observa a figura da mãe com ele ao colo e com uma mola da roupa no nariz.
Tira uma muine do bolso de trás, leva-a á boca, bebe-a toda de um só trago enquanto tira dois amendoins, mete-os á boca mesmo com casca.

Enquanto mastiga os amendoins olha para o canto rasgado, sitio onde deveria estar a imagem do irmão gémeo, raptado há 15 anos numa emboscada organizada pelos índios comlheiras, que eram liderados pelo jovem guerreiro Águia desdentada.
Um pensamento não largava desde então, como estaria o irmão raptado, vivo ou morto?
De repente ouve-se um forte rebentamento, seguido de uma voz a dizer “AI VÊM ELES…”