Desde já elucido os caros leitores que esta é uma estória real, não é inventada, por muito mirabolante que possa parecer ela efectivamente passou-se e assim com descreverei em seguida. Quem conhece Monsieur Cascão sabe que é bem possivél tudo isto.
Numa soalheira manhã de Março nos finais do século anterior o nosso Cascão dirigiu-se á DGV para efectuar um exame de condução. Nesse mesmo exame participou também uma candidata kosovar, pelo que já se está a imaginar o ambiente vivido pelo examinador nessa manhã.
Quem começou o exame foi nosso muito conhecido e estimado Cascão. Este, habilidoso como sabemos, mal tinha entrado no carro e com a sua sensibilidade e subtileza de elefante numa loja de porcelanas, já tinha o espelho retrovisor no colo, arrancado com gentileza e carinho.
Depois de consertar o espelho o examinador deu autorização para que o exame se iniciasse, ora vinte metros percorridos e primeira curva, feita em contramão que a estrada é muito larga e fez-se para se aproveitar toda.
Poucos metros depois Cascão tem de imobilizar a viatura numa subida para ceder passagem num cruzamento, acto contínuo ponto de embraiagem mal feito e o carro a deslizar dando um "pequeno" encosto de boas vindas ao carro que estava atrás, nada de grave.
Um pouco nervoso com o que estava a acontecer no seu exame, Cascão pensou "Tenho que me concentrar no exame senão isto ainda acaba mal" ora enquanto nisto pensava não reparou que o semáforo que havia visto 40 metros antes amarelo se havia tornado em encarnado, mas tudo bem o examinador fingiu que não reparou.
Ordem dada para Cascão proceder a um estacionamento junto do liceu e ora então um toque no contentor do lixo que estava a estorvar a manobra e arranca-se um espelho a um mercedes estacionado que nunca se sabe quando é que um espelho faz falta.
A esta altura o examinador já não podia deixar passar tantas peripécias do nosso amigo Cascão e manda-o encostar. Faz o resumo das asneiras e comunica ao Cascão a decisão de o reprovar no exame.
Ora aqui vêm o mais curioso, como se não bastasse tudo o que já havia feito e note-se bem que se fosse com outra pessoa qualquer o mínimo era estar chumbado logo na curva em contra-mão, o nosso Cascão de dedo em riste ainda afirma para o examinador "Cala a boca urso!". Estranhamente não houve reacção do examinador a não ser mandar o Cascão trocar com a kosovar.
Ora esta também não era grande espingarda a conduzir e ainda por cima cada vez que cometia alguma calinada lá tinha de ouvir o Cascão a ralhar com o examinador com observações do tipo "Pois esta é que sabe conduzir, queres ver!" ou "Estavas bem era na Somália junto com o nhaca preto" ou ainda "Mal empregue tempo que o teu pai teve de cú pró ar". Escusado será dizer que a senhora não teve outro resultado diferente do resultado do Cascão no exame.
Afirmo novamente que qualquer semelhança com um acto verídico não é coincidência, este foi o primeiro exame de condução do nosso Cascão.
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